“SIGA-ME”
Abaixo da ponte pênsil as águas
Correm beijando voraz a pedras
Elas alegram-se e depois choram
Não são sempre as mesmas águas
Cantam as pedras a nos observar
Cortejam-nos os lindos pássaros
Acalmam-se as águas silenciando
O lugar e tudo mais a nos vigiar
Mãos trêmulas fazem a ponte
Balançar, arrepios, nos permite
Bem coladinhos a compartilhar
O medo, o desejo de mergulhar
Tímido ele segura firme minhas
Mãos suadas e me diz: Siga-me!
Impossível!Mãos e corpos úmidos
Escorregadio nos põe para deitar
E ali mesmo suspensos no ar
Enlaçados pelo amor ficamos
Até o dia clarear para apreciar
Mais a linda paisagem e se amar.