Prefiro assoviar

A encontrei tonta como grávida sem marido

E a mim, chegastes trêmula do reencontro com um passado.

Reviste tímida a velha recente prioridade.

Ávida por enlouquecer-me em essência

Questionou-me qual inquisitória medieval

Fustigando-me com perguntas tolas.

Viu aos seus pés o tempo prescrever à vida

Em meio a respostas desencontradas.

Percebestes que o descaso finalmente imperou.

E já não há mais paixão

E já não há mais admiração

Porque nunca houve alegria

Por tão somente sempre ter havido a ilusão do amor

Porque nunca houve coerência

Porque havia confusão desse sentimento com dependência.

Fracassei, mas, acordei.

Se venci, o placar do tempo ainda dirá.

Se perdi, prefiro não ser informado.

Mas é certo que mudei

E hoje me peguei assoviando um samba do Paulinho

Que me aliviou a alma

Visto que os sofrimentos e tormentas de amor,

São “coisas do mundo”,

Minha nega.

Walmir Pimentel,

São Gonçalo – inverno – 24/08/2008.

WPIMENTEL
Enviado por WPIMENTEL em 07/12/2011
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