Olhos do mato
De onde é que vieram seus olhos tristes,
De onde é que seu sereno amor foi andar,
De onde é que o sonho foi parar
Por tentar sem perceber acabou sem enxergar
Por pastagens de altos montes,
Por lugares de belos montes,
Por verdes flores sem brotar,
Por tudo que ainda não disse
De onde saiu tanta calmaria,
De um momento de grata e rara beleza,
De onde se resgatou o sol do seu rosto,
A vidraça sem quebrar reflete o brilho,
O desejo de onde deve estar
Do destino que saiu sua canção,
Do fogo que queima a memória,
De um pingo de chuva e um flerte a lembrar,
De onde veio tanta naturalidade,
Veio de um mundo de paz,
Veio de um lugar sem descrição,
Veio do campo da razão
Onde dorme com candura,
Que carrega nos gostos,
Que se faz por si só,
Desvendar sua face tristonha.