Talvez (mas se a chuva parar...)

Eu podia escrever, mas você nunca saberia que era pra você. Talvez você nem chegue a ler. Talvez a chuva de ontem tenha te feito esquecer, mas só que não deixe que as más vozes te leve a se perder de mim. Talvez você não se lembre, talvez você nem tenha me visto para poder lembrar, mas eu corri atrás de você, e sempre me lembrarei daquele relance do teu rosto, daquele pequeno verso, que eu disse em voz baixa pra ninguém ouvir, mas eles eram pra você, e só pra você eu poderia dizer de novo, só pra você eu dou o meu coração, sem pedir-lhe o teu. O que sei é que bastou só o teu relance para me fazer lembrar cada vez mais de ti, pensando em que momento da minha vida eu voltarei a te encontrar, e fazer com que você me veja, e talvez me ame da mesma forma que eu te amo, e talvez eu te faça lembrar do meu relance, do meu último minuto presente em você, mas só que se chover de novo, a tua imagem ficará borrada, e a minha, terá sido só uma lembrança de um borrão atrapalhado, que ficou no meio da nossa história, que talvez um dia comece, ou até já tenha acabado e só eu não percebi que você nem de mim faz parte, e talvez seja só um pequeno relance que eu tive, de talvez um dia você me amar.

Gabriela Lourenço
Enviado por Gabriela Lourenço em 06/12/2011
Reeditado em 02/01/2014
Código do texto: T3375703
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