AMOR PERDIDO
Surdas comparações retratos e inspirações
Fostes-te de mim aos solavancos como estrela cadente
De repente estava sozinho um ninho vazio e eu só
Um aroma ainda na fronha de meus versos
Exalava nas conversas embainhadas
Que eu ainda gravava nas horas vagas
E vejam só que por ironia do destino
Era agora quem me fazia companhia
Repetidas vezes eu olhava para seu rosto na tela
A luz vermelha gravando em “recording”
Trazia-me você tão sorridente e bela
Quanta coisa não via em você
Sabe que me encantei mais contigo ainda vendo detalhes
Não sentidos não assimilados incólumes aos olhos...
Percebi que tinha do meu lado a manequim de minha vida
Desfilando na passarela do meu mundo
Idiota fui um sujeito que não te merecia no leito
Pensando só nos passos meus e você com tantos predicados
Narcisista de uma aldeia de mim
Egoico estóico o espelho era uma jaqueta de minha vaidade
Quantos momentos ao teu lado
E pensava que você era um jarro
Cheio de eternidade
Foi-se de mim
Roubou todos os meus naipes
Todos os meus andaimes e sua variantes
Nem mais o Santo Daime
Com Mariri e Chacrona
Levavam-me até você em meu delírio alucinante
Como fui insensato
Um pé de pato sem destino
Sem Patópolis e moinhos
Perdi-me em minhas encostas
O barquinho de papel
Sumiu de minha vala
Que a chuva embala mar abaixo
E pensar que meu mundo era o teu
Chovia nas lágrimas que escorriam por dentro
Perdi-te e nada termina aqui dentro minha disfaçatez
Quando não se finda o que se começou
Sempre será como aquela linda história de amor
Era uma vez...