AMOR PERDIDO

Surdas comparações retratos e inspirações

Fostes-te de mim aos solavancos como estrela cadente

De repente estava sozinho um ninho vazio e eu só

Um aroma ainda na fronha de meus versos

Exalava nas conversas embainhadas

Que eu ainda gravava nas horas vagas

E vejam só que por ironia do destino

Era agora quem me fazia companhia

Repetidas vezes eu olhava para seu rosto na tela

A luz vermelha gravando em “recording”

Trazia-me você tão sorridente e bela

Quanta coisa não via em você

Sabe que me encantei mais contigo ainda vendo detalhes

Não sentidos não assimilados incólumes aos olhos...

Percebi que tinha do meu lado a manequim de minha vida

Desfilando na passarela do meu mundo

Idiota fui um sujeito que não te merecia no leito

Pensando só nos passos meus e você com tantos predicados

Narcisista de uma aldeia de mim

Egoico estóico o espelho era uma jaqueta de minha vaidade

Quantos momentos ao teu lado

E pensava que você era um jarro

Cheio de eternidade

Foi-se de mim

Roubou todos os meus naipes

Todos os meus andaimes e sua variantes

Nem mais o Santo Daime

Com Mariri e Chacrona

Levavam-me até você em meu delírio alucinante

Como fui insensato

Um pé de pato sem destino

Sem Patópolis e moinhos

Perdi-me em minhas encostas

O barquinho de papel

Sumiu de minha vala

Que a chuva embala mar abaixo

E pensar que meu mundo era o teu

Chovia nas lágrimas que escorriam por dentro

Perdi-te e nada termina aqui dentro minha disfaçatez

Quando não se finda o que se começou

Sempre será como aquela linda história de amor

Era uma vez...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/12/2011
Código do texto: T3375542
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