Papoula Ros’amor
Nosso amor era uma rosa-
Papoula rosa transformada-
Uma história mal plantada
Numa terra perigosa.
Quando a luz da alvorada
Fez brotar a bela rosa
Fez-se o verso, fez-se a prosa
E a paixão desenfreada.
Nossa flor era vistosa
Um sinal do nosso amor
E eu fiquei muito nervosa
Quando algo a definhou.
Terra, cinza venenosa
Onde a flor do amor morria
E eu regava a bela rosa
Toda vez que o sol nascia.
Eu sentia que a bela flor
Aos poucos esmorecia
Esperava o sol se pôr
E depois desfalecia.
Até que, como eu previa,
Nossa flor então secou
Era o fim da poesia
E o fim do nosso amor.
E depois daquele dia
Nossa flor não mais brotou
Celebrou minha alegria
Mas levou meu grande amor.
Só restou-me a poesia
Nada mais de nós vingou
Nem a planta que erguia
A papoula rosa em flor.
Meu amor, como eu temia
Nunca mais me procurou
E eu, chorando, em vão dizia:
-Volta logo, por favor...!
(PORTAL, Luciane de Souza.)
Esta poesia foi inspirada em uma história real em que a papoula rosa era tida como um sinal da existência de um grande amor. A papoula rosa-clara, na verdade, sofrera modificação genética natural e tornou-se rosa-"pink", totalmente solitária das demais flores da mesma planta, que permaneciam na cor real. A história de amor começa quando os dois amantes descobrem juntos a papoula rosa do galho modificado, e esta passa então a determinar os encontros, as brigas e os acontecimentos da paixão.