E as mágoas…
Essas
Na duplicidade das leis universais
Que dizem que cada elemento
Cada ser
Cada estado
Possuem um contrário
As mágoas
São o contraponto dos sorrisos
E a melhor forma de com elas lidar
Não é fugir delas
É termos que de uma maneira ou de outra de as enfrentar…
E houve um tempo
Em que as tentei afogar
Mas como diz um poeta irlandês
Desisti
Porque ao mesmo tempo em que me afundava
Elas não desapareciam
Elas aprenderam a nadar…
Também tentei fugir delas
Mas por onde eu fosse
Elas me encontravam
Para me voltarem a ensombrar
Porque elas estavam dentro de mim
E assim me haveriam sempre de encontrar…
Até que por fim o tempo e a paciência se esgotaram
Esgotou-se a minha forma de com elas lidar
Inventando por isso uma forma
De as dissipar
Se de facto há um contrário para cada elemento
Dei-lhes o contrário do que faço aos sorrisos
Pura e simplesmente deixei de lhes ligar
Elas estão comigo
Sempre estarão
Mas são apenas algo
Entre tantos “algos”
Que por muito que o tentem
Nunca realmente me irão importunar…