Não se esqueça de mim
Quando a saudade amanhece calada,
é como ver uma revoada de pássaros
sem rumo na treva,
pedindo asilo não sei onde...
Ou podem vir de minh’alma indomada,
de uma era desapaixonada,
quiçá!
Portanto, se amanheço acordada,
não se esqueça de mim.
O tempo roubou-me o cadeado,
deixando uma bagagem esquecida,
para uma longa e exequível jornada.
Tranco a porta sem entrada.
Mentira!
Sempre haverá uma janela pintada,
onde o arco-íris pincela uma quimera.
É tanto meu sonho,
que afugenta mistérios e aragens.
Vejo a lua só na face arredondada...
É que do lado de lá, é desvairada.
Quem dera!
Quando empresto minha sina truncada,
quero de volta todo meu pesadelo,
então, não se esqueça de mim.
Nesta multidão de devaneios duvidosos,
não sou uma história forjada,
nem quero vitória com fita cortada.
Sou somente assim.