Status quo ( qual o estado de?)
Quando minha letra manifesta e pulsa
a paixão que abusa dos meus sentidos
E torna-me tão convulsa,
e intimamente extingue o medo
e todo dolo se transforma em somítica conduta
Do que me acusa?
A que me obriga,
a insensatez que minha tez polui
e cria monstruosidades multiplas?
E calcula inexata e amadora
e perde a compostura e subjuga
todo meu sistema métrico e nervoso
fazendo colossal meu abissal transtorno...
A que estado pertence a poesia?
A quem se curva essa dama de aço?
Ela é dona de todos os territórios
Pacíficos e de guerras
E à ninguém que a enfrente
entrega elmos, ou escudos
Nem louros de vitória
Pois que ninguém lhe é proprietário
E as palavras são cicatrizes
depois que passa ela.
Cristhina Rangel.