Hoje acordei com um gosto de grito na boca
E uma absurda e impensável vontade de viver.
Ainda que com esse frio na boca do estômago
Essa vertigem, esse descompasso, esse temor,
Esse tremor desse horror de tudo tão sem cor,
Ainda que com esse olhar atravessado de desesperos...
Hoje o mundo parece maior e eu mais sozinho,
Desfeito e refeito de tantos dos silêncios que não fiz,
Fiz o que quis e quis muito mais aquilo que não fiz,
Uma tão tola ilusão de ainda poder ser feliz
Com o inferno sempre a um palmo do nariz...
O amor, meu amor, este e qualquer amor
Não vale a dor de se querer ou de se ter,
Vale apenas o risco de se perder e perder.
O amor, meu amor, qualquer amor e este
Não vale o gosto de desespero no olhar...

 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 04/12/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3371791
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