Relíquias do Coração

Lá fora, o vento sopra,

Versejando raras cantorias,

Inventando com as folhas

Um balé cheio de graça e harmonia,

É hora de abrir a janela e deixar a noite nascer!

Sorvido pelo desejo de aqui estar,

Encantando-me ainda mais com as preces

Pairando entre os tecidos concebendo ao olhar

Mais um gole, um instante mágico,

Escrito pelo céu desenhado em quintas

Afloradas na viagem do sentimento!

A luz... Tatuou-me!

A alma absorveu em relíquias

Cada palavra, todo o silêncio,

O singular da fantasia, a oração que veio com vagar

Insinuando mais um verso, anverso,

Repleto de lua e sofreguidão!

Uma parte de mim é solidão,

A outra o que o destino meu doou

Em pedras, em flores enfeitando o caminhar!

Certo da madrugada,

Deixo que o pensamento me ceive

Instigando mais uma estrofe bendita,

Por ti, semeada nas proles do coração!

Auber Fioravante Júnior

01/12/2011

Porto Alegre - RS