::: EU QUE VIVO TEU RISO :::
Eu, que ao deitar meus os olhos grito,
Em cada Instante sonolento da vida.
Choro e sacrifico os meus romances,
Que deveras me iludiram diariamente
Pela portentosa esperança de amar-te.
Cada dia tenho na alma um castigo
Que é ver-te, tão só além, de partida
Nas densas matas escuras do medo
De ter-te ausente perpetuamente
No meus soturnos pesadelos a matar-me.
Sou no peito e no próprio caminho eu...
Eu que te busco toda noite dorida;
Eu que choro sem compreender-te;
Eu que amo sem buscar alento em ti,
Mas que sofro nos braços estranhos.
Tenho teu sorriso impregnado em mim...
E que me comove cada foto fria
Que carregam teu brilho, mas jamais,
Hão de carregar tua vida ardente
Que nos desvelo das guerras, dá-me paz!
Teus olhos são, e, não são o mar negro
Com que derreto a famigerada manta
Que de ferro cobria meu peito derrotado.
Sem rimas... Escrevo lembranças e desejos
Escrevo teu riso que me tem torturado.
Meu corpo, do homem que sou, te quer
E minha alma, do Poeta que sofre, é
A busca inata do conjunto de teus lábios
E os meus versos recitados nos teus ouvidos
Sobre a noite que já conheço inteiramente.
Que as mulheres que tenho, não tenho
nada se não a velha figura tola de Casa Nova.
Sou vazio até que tenha a paz comigo
Que teus sorrisos encantadores abrem
O céu com trovões e a minha fria cova.
Lábios doces e sedutores que são incapazes
De alimentar minha alma que o verso devota
À musa tão bela e tão formosa que és tu...
Meu alento de minha conduta fútil e banal
Do desespero de não encontrar ninguém.
Quando na verdade, tenho na espera
Muito mais do que tenho na busca
Que mais vale eu aqui a esperar-te tão só
Do que a correr meu corpo no mundo vago
De amor e da paz que tu me deste.
Se, por desventura, eu morrer sem ti...
Morri tendo o teu sorriso.
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Dedicado à Ana Paula.
Ao mais belo sorriso que eu vi.