“A Mulata”
Quando Das Dô passava
Lata d’água na cabeça
E aquelas ancas roliças
Alguns olham de frente
Outros disfarçadamente
Olhos cheios de cobiça
A mulata do rebolado
Que passa duas vezes por dia
Tem uma fila de paquera
Para a sua alegria
Queria que tu soubesses
Que é a miss simpatia
De repente aconteceu
Para onde foi Das Dô
Será que ficou doente
Ou alguém que carregou
Só sei que em nossa vila
Muita saudade ficou
Andando por outra vila
Coração quase parou
Pondo roupas no varal
Olha lá! É a Das Dô
Uma mulher diferente
Só que não perdeu o viço
Ainda mexe com a gente
Com estes olhos de feitiço
Em um canto do quintal
Duas pequenas sapecas
Que brincavam de casinha
Cada qual com sua boneca
De repente as duas correm
Nunca se viu tanto amor
Agarrando a barra da saia
Da amorosa Das Dô
Aí eu virei às costas
Triste, porém, satisfeito
Por saber que minha história
Veio terminar deste jeito
E muito breve quem sabe
Em qualquer lugar que for
Os homens assobiam encantados
Agora são três Das Dô
Machado
Veneno de Cobra.