Preciso ir-me
Preciso ir-me
Marcos Olavo
Cansado de navegar em miséria,
De todas as minhas falhas ricas,
Em porres pobres facadas,
Em meu coração sofrido.
Preciso ir-me agora,
Pra não mergulhar no tempo,
Relembrando tudo que conheço,
Na fala desta única verdade.
Arrependo desta alegria,
Seduzindo-me na frente do abismo,
Alimentando ainda mais a dor,
No espelho deste sobrevivente.
Acabo com minha sobra,
No chão da pobreza toda,
Que anda sem visão,
Dando queda no perdão.
Minha própria sede,
Atira tristeza em nosso afiar,
Que nada aprendeu nesse apanhar,
Do velório vocabulário podre.
Preciso sair olhar o mar e a vida,
Invés de chorar em banhos demorados,
Na loucura do espanto sozinho,
Sonhando com a perda conhecida.
Tivesse sido caro em outra vez,
No apelar de brigas infinitas,
Que me fez cansar de todos,
No horrível improviso.
A piedade despedaçada,
Vendo tudo nascer sem plantar,
Nem mesmo contemplar tal beleza,
Que o mar de lembranças,
Está sendo esquecido.
É verdade, deusa do amor,
Tudo que faz pra alimentar.
Mas, diante do feito do coração,
Aloprando todos os caminhos usados,
Que estão aproveitando o lixo.
Com um acento retorno,
Onde tudo começou,
Recolhendo os vestígios,
Deste prometido cárcere.
Todas as imensas existências,
Deste poeta em natural voz,
Falando intensamente do amor,
Em uma só velocidade.
Meu retorno à infelicidade,
Apresenta tudo que ainda não aprendi,
Neste sofrimento tão perto,
No segundo dia de confusão.
ESCRITO POR: MARCOS OLAVO