ECOANDO ENTRE OS ESCOMBROS
Entre poeira e fragmentos
No meio da lamuria e desventura,
De lamentos e conflitos
Tento em vão ouvir meus gritos
Nos destroços do amor loucura.
No celeiro do meu pensamento
Pairam amor, sonho e ilusão,
Paira minha dor e meu lamento
Neste secular advento
Injuria, mágoa, em meu coração.
Na poeira, nas cinzas, nos
Escombros de um amor traído,
Grita um silencio arredio
Entre tremores e calafrio
Ecoa um grito desvalido.
Do fundo do cativeiro
No êxtase da emoção,
Meu silencio se faz ouvir
Na utopia do meu sentir
Grita calado meu coração.
O amor, a metamorfose
Desincasulou para o infinito,
O amor que morto estava
Renasceu da cinza, do nada
Se tornando o amor mais bonito.
J. Coelho