Sedentos



Sonhos de vez desintegrados
 Sem cortejo, prece ou beijos
Manhãs  tristonhas de outono
Vigiam amargurado  abandono


Sepultada sem pena a alegria

Massacre impiedoso da magia
Descem  as cortinas do medo
Almas torturadas em segredo


Ressecadas as  floreiras do amor

Mortas as árvores da esperança
Agoniza emudecida a   claridade
Correntes cerceiam a  liberdade


Indefesas morrem as borboletas

Passarada cala melodiosos cantos
Estatelada jaz no solo a felicidade
Máscaras ocultam a fria realidade


Tétrico cenário aninha os corações

Órfãos perdidos da suave ternura
Aprisionados nos corpos robóticos
Tristes vidas arrastadas à loucura.


(Ana Stoppa)



Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 30/11/2011
Reeditado em 05/04/2013
Código do texto: T3365523
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