AMOR E ÓDIO

Se jamais me vi santo

Muito menos agora, na lama

Desse meu mundo nojento.

Quero calar meu canto

Já que mal a vida trama

E cuspir veneno ao vento

Oxalá o sopro espalhe

Vindo a cair na tua cara

E a tua alma envenene!

Quero gritar cada detalhe;

Da chaga que remédio não sara

E vence ao tempo em dor perene.

Mas sei que mereço essa dor;

Fui tolo na fé de ser feliz e sereno;

Desejo certo na alma errada.

E o que fazer agora com tanto amor?

Sofre coração; frágil cadinho de veneno,

Se muito, vida mata, se pouco, vida é nada!

Aqui, o amor e o ódio, e estou no meio

Medo, desespero e paixão são vendavais

Sofro, e acho então, que muito te odeio

Simplesmente porque, te amo demais.

-.-.