O Desfecho
Por vezes ela aparece em minha tela cinza
Nua, descaradamente nua, mostra sua face mais sublime e bela
Crua, humanamente crua, revela sua cara virgem e sedutora
Pelo olhos e ouvidos sinto o cheiro de sua carne em flor
Como pedra minha espinha se contorce e endurece de dor
Um pavor imenso se esforça por furar meus tímpanos
Com olhos ressecados de areia caem lágrimas ao chão
É ela novamente em minha escrita errante
Sua fala assertiva insiste que o tempo é curto
A espera é obrigatória
O desfecho é inevitável
Tão perto e longe sinto um desequilíbrio desumano
Uma voz ao fundo insiste em chamar
O tempo passa nesse rio da vida de somente uma certeza
Na tela vazia dessa vida vejo o que não se vê
Uma mão repousa em meus ombros
Deve ser ela.
A morte...
Sua cínica, amada, depravada e que vem por certo roubar-me a dignidade.