PROCURA ILUSÓRIA
Por mais que insistisse, por mais que
procurasse uma raiz que possibilitasse
criar um texto, nada consegui. Senti
apenas dentro de mim um desmedido vácuo,
um remanso tal qual água estagnada.
Interessante, nem atribuir culpa sobre
este estado não foi possível, quem sabe
a responsabilidade recai sobre o minha
sensibilidade que aliás, se encontra em frangalhos.
Criar o quê? Descrever o carnaval que
começa hoje? Mas as brincadeiras da
vida começa em qualquer momento estando ou
não fantasiado, não é o que acontece a todos nós?
Pôr em versos minhas frustrações acaba
molestando a mim mesmo, torna-se
enfadonho, represa em meu âmago
coisas estranhas...
Então o melhor que faço, é enxugar-me
depois de uma tempestade furiosa, tentar
segurar sem ameaças a única realidade
de minha vida chamada esperança,
que ainda vive comigo.