A ÚLTIMA POESIA
Amei.
O passado é presente.
Amo.
Beijei, senti
sorri e chorei,
de alegria, prazer
gozei.
Senti-me vivo
escrevi um livro
Recitei em versos
minha vida que
ganhava rima
Tentei,
mas jamais
esqueci
Tentei
mas nunca mais
senti
Sobrevivi
enquanto tento
me sentir vivo
Vivo
enquanto tento sentir
Sinto nada
por um dia ter sentido
tanto
Sou um amontoado
de sofrimentos
um homem perdido
em infinito desalento
Cansado de todo esse silêncio
que vem de todas as respostas
Congelado pela frieza
que apunhala meu coração
E aqui fica o meu adeus
que afinal, quem sabe
se um dia será cumprido
Pois não sou nem forte
nem confiável
para honrar minhas próprias
promessas