A ÚLTIMA POESIA

Amei.

O passado é presente.

Amo.

Beijei, senti

sorri e chorei,

de alegria, prazer

gozei.

Senti-me vivo

escrevi um livro

Recitei em versos

minha vida que

ganhava rima

Tentei,

mas jamais

esqueci

Tentei

mas nunca mais

senti

Sobrevivi

enquanto tento

me sentir vivo

Vivo

enquanto tento sentir

Sinto nada

por um dia ter sentido

tanto

Sou um amontoado

de sofrimentos

um homem perdido

em infinito desalento

Cansado de todo esse silêncio

que vem de todas as respostas

Congelado pela frieza

que apunhala meu coração

E aqui fica o meu adeus

que afinal, quem sabe

se um dia será cumprido

Pois não sou nem forte

nem confiável

para honrar minhas próprias

promessas

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 30/11/2011
Código do texto: T3364695
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