Amor, talvez eterno
enquanto num canto distante
brilhar no universo
estrela derradeira que te compare
saberei teu rosto meigo
seu olhar carente e doce.
sim saberei voce adormecida
mas cinzas de meus ombros
fragil coluna de seu mundo
pilar de um sonho de menina
realizado no prazer de mulher.
te terei no nada estendida
imensidão parca do infinito
meu tudo em corpo de carne e osso
pó de estrelas encarnado
anjo de verdes olhares
safira minha !
quando palavras me faltarem
gritarei no cosmo seu nome
num átimo de loucura
em amor desmesurado
pela chama ora extinta
fagulha que se foi de meu peito
ó vida...que me trouxeste de presente !
arrastaste-me ao nada
longe da voz de meu anseio
que tangia doces cordas
lira para meus tímpanos
sim, distante dos lábios ternos
que beijando envenenam
deste veneno que morrer queria
sem meu coração parar.
mas enquanto no fogo a cinza houver
da pétala de rosa morta e esquecida
lançará aida, em sacrifício derradeiro
o odor que de ti evoque a memória
e na vastidão vazia minha lágrima
escorrerá do nada ao nada
lavando os pilares da história
onde gravado estará nossa tragédia:
"eternidade,na perenidade de um amor".
amor que só por ser, vaza ao corpo
deixa-o morrer só, e vai-se
instala-se além do tempo
e perdura na memória dos homens
qual conto, aquecendo corações
a beira das fogueiras.
mas apagando-se ainda
este derradeira luz
que me relembre de ti
saberrei-te enamorada de mim
olhar pausado nos meus
indagando-me que mel é este
cujos favos chamei eternidade
pois que a cada manha,
(que não mais nasce)
te sirvo mas mãos
e que colcha é esta
com que te cubro
quem a teceu
e quem a denominou:
"para sempre"?
ha amor meu...
esqueça os questionamentos
ceça pois a inquietação
e inerte no pó das eras
(que já não passam)
abraça-me ainda uma vez
e meu corpo entorpecido
provará ainda uma vez
o embriagante maciez de seu corpo
cujo calor confortante
minha derme bem lembra
e deste sempre clama
por esta tenue braza, que o seja
que reaqueça esta gota
que de seu olhar vaze
e molhe minhas mãos
poie desta forma provarei
o sal que me apetece a vida
revivendo assim seu beijo
e saberei-te doce
e o amor...talvez eterno.
*dedicada a amada poetisa Jujumary,de todo meu coração