Deixa eu te olhar
Deixa eu te olhar
So pra não dizer mais nada
Deixa eu te olhar
De pupilas amordaçadas
Deixa eu falar
Com o som do meu silencio
Deixa eu lembrar
Que ao piscar eu já esqueço
Deixa eu caminhar
A cada passo um tropeço
Deixa eu pensar
Nem mais um fim, nem mais começo
Deixa eu cantar
Outros acordes, outra canção
Deixa eu pular
Desse abismo imensidão
Deixa eu bater
Pulsar no ritmo, coração
Deixa eu andar
Caminhos abertos palma da mão
Deixa eu perguntar
E agora oque que eu faço
Deixa eu rascunhar
Que logo depois eu amaço
Deixa eu escrever
Certo pelas linhas tortas
Deixa eu abrir
Janelas, olhos e portas
Deixa eu ressuscitar
Reanimar a ideia morta
Deixa eu atuar
Apresentar aminha cena
Deixa eu tentar
Que pra ver se vale a pena
Deixa eu desenhar
Nosso caminho, nosso esquema
Deixa eu crescer
Se a vontade não e pequena
Deixa eu me inspirar
E assim nascer a poesia
Deixa eu navegar
Teu perfume e marisia
Deixa eu ficar
Fazer nosso esse espaço
Deixa eu desatar
A cegueira desse laco
Deixa eu te olhar
Teu olhar no horizonte
Deixa pra lá
Vou te encontrar além do monte