É...
As noites são muito breves
E leves
Para quem morre por fome de viver...
Largos e pesados são os dias
Para quem vive enfastiado
E tem sede de morrer
Por tantas horas vazias...
Ah! Quanta coisa invertida.
Não seria a “Hora do Parto”
Adequada à despedida?
E o momento de nascer
O dia do “Fico”
Porque vim, digo eu, para viver
Todos os dias e noites
Por mais que doam os açoites
Que ambos nos aplicarem
A noite e o dia quando desmaiarem...
Sigo sem pressa, cumprindo em calma
Este viver tão gigante
E ao mesmo tempo nanico
Até o dia do “Parto”
Na hora do eterno “Fico”
Em que o corpo grávido e farto
Alimenta o micro mundo
No seu penúltimo segundo
E pare a Alma
Pandorga de etérea seda
Sem fio, nem guri
Para que voe na infinita alameda
E nem cauda alguma que a prenda aqui...