Preciso que venhas novamente

Preciso que venhas novamente

Marcos Olavo

Quisera sentir-me alegre outra vez,

No absurdo sentido ilustrado,

Em cada cantar malhada,

Na proeza da solidão.

Seu passado, em teus livros usados,

Feito na união do honesto e errado,

No andar da névoa em cinzas,

Em cada pensamento demorado.

Aqui, explorados meus sentimentos,

Nestes truques de filmes e pinturas,

Que descem todas às pinceladas,

As minhas ousadas lamúrias.

Queria falar-te sobre dolorosas brisas,

De uma garrafa deixada na saudade,

Levada até a dançante lembrança,

Jorrada em meu belo dia.

Arranco na cela defeitos,

Neste horror preso,

Que sempre refresca meu lembrar,

Atirando com toda força.

Infernal é saber destes gritos,

Raivosos feitos lobos com fome,

Provocando o costume irracional,

Que belo se torna sincero.

Preciso que venhas novamente,

Enquanto meus livros estão amargos,

Percebendo as linhas presas às folhas,

Nas primeiras e últimas páginas.

É estranha a intimidade do nome,

Na pele da cor dos infelizes sorrisos,

Que estão sendo levadas afora,

Do certo alheio sepultamento.

Escrito por: Marcos Olavo

marcosolavo
Enviado por marcosolavo em 29/11/2011
Código do texto: T3363028
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