Preciso que venhas novamente
Preciso que venhas novamente
Marcos Olavo
Quisera sentir-me alegre outra vez,
No absurdo sentido ilustrado,
Em cada cantar malhada,
Na proeza da solidão.
Seu passado, em teus livros usados,
Feito na união do honesto e errado,
No andar da névoa em cinzas,
Em cada pensamento demorado.
Aqui, explorados meus sentimentos,
Nestes truques de filmes e pinturas,
Que descem todas às pinceladas,
As minhas ousadas lamúrias.
Queria falar-te sobre dolorosas brisas,
De uma garrafa deixada na saudade,
Levada até a dançante lembrança,
Jorrada em meu belo dia.
Arranco na cela defeitos,
Neste horror preso,
Que sempre refresca meu lembrar,
Atirando com toda força.
Infernal é saber destes gritos,
Raivosos feitos lobos com fome,
Provocando o costume irracional,
Que belo se torna sincero.
Preciso que venhas novamente,
Enquanto meus livros estão amargos,
Percebendo as linhas presas às folhas,
Nas primeiras e últimas páginas.
É estranha a intimidade do nome,
Na pele da cor dos infelizes sorrisos,
Que estão sendo levadas afora,
Do certo alheio sepultamento.
Escrito por: Marcos Olavo