Divina Escultura

Tua beleza és tão natural que parece

Que tu foste esculpida pelo gotejar

Duma gruta cheia de estalactites...

O local era vasto e silencioso,

Ouvia-se a sinfonia das gotas ao

Caírem no chão, formando assim

Os teus pés e pernas...

Pés pequenos e delicados,

Pernas lisas, bem torneadas

Por gotas cristalinas!

Pingo a pingo, gota a gota,

Foi-se formando teu quadril e nádegas,

Ficaram tão perfeitos, que mais

Parecem monte onde repousa a grande

Escultura de Cristo com os braços abertos!

O teu tronco foi-se

Formando lentamente,

Com a sinfonia das gotas a pingarem...

O sulco que tu tens atrás de tuas

Belas costas, mais parecia leito de

Rio com o correr das gotas para formá-lo...

Teu busto para ser formado,

Obteve a ajuda dos ventos para secá-los

E torná-los rígidos, ventos que adentravam

A gruta com sopro e uivos

À procura da obra a ser secada!

Teu rosto demorou três dias e três noites

Para ser concluído, para que teus traços

Ficassem marcantes aos olhos de quem admirar...

Tua boca foi feita por duas gotas

Que deslizavam por teu rosto

E ao mesmo tempo vinham desenhando as

Maçãs da tua delicada face, assim

Encontrando-se como num beijo para o

Término de tua delicada e carnuda boca!

Teus olhos foram feitos de gotas

Mais espessas, para dar firmeza em teu olhar...

O brilho destes teus olhos foram adquiridos,

Graças as pequenas partículas de cristais

Misturadas as gotas que caiam!

Teus cabelos tomaram movimentos

Com as gotas e com os ventos que

Sopravam uivando gruta a dentro!

É assim tu foste esculpida bela mulher!

E eu sou um reles mortal,

Feito de barro que fica aqui a admirar-te!

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 29/11/2011
Reeditado em 29/11/2011
Código do texto: T3362262
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