Vozes da solidão
Na solidão da noite...
Um silêncio toma conta de mim...
Uma angustia...
Misto de saudade e desilusão
Vai preenchendo todo o espaço
Do meu corpo... Da minha vida...
E como uma artesã que tece o manto,
Um fio se desenrola em meus pensamentos,
Mas, desenha um manto sem o brilho da obra da artesã...
Sem a precisão do seu tecer...
O que se produz no meu silêncio, é um manto manchado,
Desfiado; bicos rasgados... sem vida...
Um manto que não pode aquecer-me do frio da solidão,
Pois se tornou um retalho sem cor, maculado pela dor...
E pelo fel da traição...
Decepção que grita em cada fio das minhas recordações...
E o silencio que toma conta de mim...
Produz sons ensurdecedores em meus pensamentos,
Barulhos que só quem sente conseguem imaginar...
Ruídos que ecoam na alma,
O silêncio das horas... Torna-se um lamento, um tormento...
Lágrimas sofridas, malditas...
Os segundos se transformam em eternas horas de pesadelo...
Os minutos parecem brincar comigo... Agonizam a passar,
E já não estou mais só...
A solidão foi preenchida por lembranças,
Devaneios... Vozes que ecoam em meu peito...
Saudade que sangra em minha’lma.
Vozes da solidão!
(Sirlei L. Passolongo)