O que mais te ama
O medo cortou em pedaços meu pulso
E minha alma sangrou definhadamente
Agora já não faz diferença o dia amanhecendo tão belo
O álbum dos meus sonhos carrega um aspecto amarelo
Minha vontade de ir pra bem longe das gentes
E desobedecer a mão do destino a importunar-me o curso
Vou desafiar mais uma vez o Criador com meu pranto
Quem sabe ajude uma vida inteira em greve de fome
Só pra tentar o limite da lei de Murphy
Não que se espere que no fim uma alegria o peito estufe
E nos teus olhos cintilante meu nome
Ou uma moldura dourada em torno de minha pose de santo
Mas uma pausa calharia pra hidratação na insensatez
O resultado não carece de estranheza, já se vê comprado
E nem prorrogação é mais necessária
É que cansa se acomodar passivamente com esse salário
Que poucos gastam de forma tão descompromissada
Como sempre nego torcendo pra chegar minha vez
E a minha sorte caduca insana...
O fim da tarde insiste em me dar um demorado beijo
E com coroas de flores me recebe a noite
Só não me diz pra que universo foste
Nem como satisfazer de chegar lá meu desejo
E me ensinar a te entregar o que mais te ama