O que mais te ama

O medo cortou em pedaços meu pulso

E minha alma sangrou definhadamente

Agora já não faz diferença o dia amanhecendo tão belo

O álbum dos meus sonhos carrega um aspecto amarelo

Minha vontade de ir pra bem longe das gentes

E desobedecer a mão do destino a importunar-me o curso

Vou desafiar mais uma vez o Criador com meu pranto

Quem sabe ajude uma vida inteira em greve de fome

Só pra tentar o limite da lei de Murphy

Não que se espere que no fim uma alegria o peito estufe

E nos teus olhos cintilante meu nome

Ou uma moldura dourada em torno de minha pose de santo

Mas uma pausa calharia pra hidratação na insensatez

O resultado não carece de estranheza, já se vê comprado

E nem prorrogação é mais necessária

É que cansa se acomodar passivamente com esse salário

Que poucos gastam de forma tão descompromissada

Como sempre nego torcendo pra chegar minha vez

E a minha sorte caduca insana...

O fim da tarde insiste em me dar um demorado beijo

E com coroas de flores me recebe a noite

Só não me diz pra que universo foste

Nem como satisfazer de chegar lá meu desejo

E me ensinar a te entregar o que mais te ama

Duvalle
Enviado por Duvalle em 27/11/2011
Código do texto: T3358559
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.