ENDEUSAR
Sinto-me como cacto, planta sem perfume...
Trago, nos olhos, a dor pérfida do adeus!
Não são só culpa minha, os devaneios meus,
Não é teu amor a salvação que se presume.
Se eu amo-te, não me culpes, que já o faço...
Deixa-me prender, sozinho, no meu desejo,
Permite-me clamar por o que tanto almejo!
Mas saibas: não hei de correr para teu abraço.
Se sabes que sou fraco, sabes que sou teu...
Nado contra a corrente de minha fraqueza,
Afogo-me em mares de contínua tristeza!
E, por não te procurar, já me sinto deus...