ENDEUSAR

Sinto-me como cacto, planta sem perfume...

Trago, nos olhos, a dor pérfida do adeus!

Não são só culpa minha, os devaneios meus,

Não é teu amor a salvação que se presume.

Se eu amo-te, não me culpes, que já o faço...

Deixa-me prender, sozinho, no meu desejo,

Permite-me clamar por o que tanto almejo!

Mas saibas: não hei de correr para teu abraço.

Se sabes que sou fraco, sabes que sou teu...

Nado contra a corrente de minha fraqueza,

Afogo-me em mares de contínua tristeza!

E, por não te procurar, já me sinto deus...

V
Enviado por V em 26/11/2011
Código do texto: T3357582
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