“Mulher”

"... Se queres saber que eu sou comece pelo meu olhar.

Depois observe os meu sinais aprenda com eles.

Leia os meus detalhes com calma sem pressa.

Dê varias voltas em torno de mim e veras que giro em meu próprio eixo e meu universo é íntimo e único.

Depois de tonto respire o meu olor vai deixar-te no prumo mas, sem chão, sem rumo.

Passaras suas noites a rolar na cama imaginando como eu durmo e quando dormires invadirei teu sonho.

Serei sua perseguição e seu descanso.

Te tornarei cativo e manso.

Bravo serás quando eu ordenar.

Carinhoso quando meu corpo pedir e valente quando eu me portar donzela.

Carente quando eu me ausentar e sedento no meu retorno.

Beberás da minha fonte e desbravaras minhas curvas e montes com o seu toque.

Eu serei seu amanhecer e poente.

Tua terra e seu sal

Por mim dominarás o leão e pisaras a serpente.

De todos os seus desejos só um não te concederei.

Pois o desejo de me conhecer de fato é uma mera utopia nem se fosses Mulher não conseguirias pois somos muitas o universo paralelo ao que tu pertences.

Podemos até ter o mesmo papel de Mãe, Mulher e fiel mas, não se engane pois somos de fases.

Até a lua perde.

O nosso interior nunca se mede.

Sem medidas ou ajustes, sou assim independente e nem ouse zombar de mim.

Pois lançarei uma maldição de não me ter nunca mais.

Serás condenado a não mas ler os meus sinais e em círculos irás viver.

Sem o meu calor para te aquecer te tornarás frio e sem vida.

Desprotegido do vento sem guarida..."

(“Mulher”,by Carlos Ventura)