Versos ilícitos
Há tanto para ser dito...
Tanto que venho ensaiando para lhe dizer.
Tantas frases, tantos verbos...
Desculpe-me, mas não posso conjugá-los.
São verbos ilícitos
São palavras gritantes
Tempestades em forma de letras
São o amargo do meu pensamento
São blasfêmias que nem o ar pode receber, que dirá seus ouvidos
São palavras que não podem ao menos ganhar minha caligrafia
Por não poderem alcançar sua retina.
São segredos meus
Ocultos nos meus silêncios
Que talvez só os meus olhos tenham a audácia de falar.
Olhe para mim
E não me obrigue a dizer
Leia-me como a um livro.
Necessito de interpretação.