Entre o Plácido e Turbulência
Encontrei Você!...
Entre o céu e a terra e o mar,
Naveguei uma vida sem parar.
Céu, terra e mares...
Navegando o navegável, naveguei...
Céus ares turbulentos superei,
Mares e oceanos bravios enfrentaram,
Desertos escaldantes tempestuosos cruzei...
Navegando o navegável, naveguei...
Céus por mim riscados,
Mares por mim navegados,
Desertos por mim atravessados...
Trilhas por mim ali foram deixadas...
Navegando o navegável, naveguei...
Céus que fizeram sentir-me nas nuvens,
Mares que me deram calmaria,
Oásis que me refrescaram,
Entre o plácido e a turbulência...
Navegando o navegável, naveguei...
Teu amor,
Onde fui encontrar?...
Nem céu, nem terra e nem mar.
Encontrei...
Encontrei entre fendas,
Neste solo fendado e fendido,
Neste solo cansado e sofrido
Neste solo sarado e ferido...
Solo meu, solo teu,
Solo nosso solo...
Solo da nossa terra querida...
Entre as caatingas e velâmes,
Jucás e juazeiros,
Entre arbustos rasteiros,
Lá estava você...
Meu amor primeiro,
Meu amor faceiro,
Meu amor ligeiro,
Meu amor fagueiro...
Navegando o navegável, naveguei!...
Até te encontrar.
Mulher infinitamente mulher...
Vestida de menina,
Porém mais forte
Que céu, terra e mar...
Feliz estou...
Volta ao mundo eu dei,
Feliz estou...
Aportar em teu coração,
Aportei...
Vencido, convencido por amor.
Por teu amor verdadeiro,
Vencido, convencido estou...
Navegando o navegado, naveguei...
Pérolas se encontram no fundo do mar,
Tão valiosa pérola minha encontrei
No meu Ceará...
Navegando o navegável,
Aqui cheguei...
Francisco Rangel.
Rio de janeiro, 02 de fevereiro, 2000.
Obs.: Descobri que hoje( 02/02/00) e dia de N. Sra. dos Navegantes ( coincidência ou não achei fantástica esta relação da poesia com a data)