De repente às vezes

Quantas vezes, das vezes, que não te via

Quanto tempo levou até chegarmos aqui?

O teu sentimento já não transparece

E te encontrar, de certo modo, me alivia.

Eu não pretendo escrever teu nome

Nas páginas da minha memória

Não quero jurar amor nem me pôr à prova.

O desconsolo trouxe consigo aquela nuvem cinza

Então eu assentei (aceitei) o teu sorriso

Trouxe-o, pra mim, um pouco mais perto

E já me sinto melhor.

Quantas vezes, das vezes, eu não te via...

De repente me pergunto:

Soube te ver de verdade?!

Todas as tuas nuances, conjugações e necessidades?

Onde estive, afinal, que não pude te ver?

Por onde caminhei sem precisar de ti?

Não importa agora;

Você está aqui,

Eu estou olhando nos seus olhos

Preterimo-nos das escusas...

Pode ser mais profundo?!

Ou somente bendigamos essas vezes,

Das vezes em que nos virmos?

Permitindo a coincidência brindar essa ocasião

E a gente, sem promessas, se resume a esse instante

Pois essas vezes (às vezes),

Pra nós, é o bastante

E o que é formal e permitido

Não se assemelha nem vale tanto

Como as vezes, das vezes,

Em que nos "amamos".

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 24/11/2011
Reeditado em 24/11/2011
Código do texto: T3354239
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