De repente às vezes
Quantas vezes, das vezes, que não te via
Quanto tempo levou até chegarmos aqui?
O teu sentimento já não transparece
E te encontrar, de certo modo, me alivia.
Eu não pretendo escrever teu nome
Nas páginas da minha memória
Não quero jurar amor nem me pôr à prova.
O desconsolo trouxe consigo aquela nuvem cinza
Então eu assentei (aceitei) o teu sorriso
Trouxe-o, pra mim, um pouco mais perto
E já me sinto melhor.
Quantas vezes, das vezes, eu não te via...
De repente me pergunto:
Soube te ver de verdade?!
Todas as tuas nuances, conjugações e necessidades?
Onde estive, afinal, que não pude te ver?
Por onde caminhei sem precisar de ti?
Não importa agora;
Você está aqui,
Eu estou olhando nos seus olhos
Preterimo-nos das escusas...
Pode ser mais profundo?!
Ou somente bendigamos essas vezes,
Das vezes em que nos virmos?
Permitindo a coincidência brindar essa ocasião
E a gente, sem promessas, se resume a esse instante
Pois essas vezes (às vezes),
Pra nós, é o bastante
E o que é formal e permitido
Não se assemelha nem vale tanto
Como as vezes, das vezes,
Em que nos "amamos".