RENUNCIAÇÃO

Eu próprio abandonei-me e alheio a tudo

saí por aí sem levar nada, a não ser

minhas dores e os desenganos, companheiros

perseverantes que me acompanham algum tempo.

Não quis e nem agora quero saber, se terei

obstáculo pela frente, se ileso sobreviverei aos

contratempos, afinal existem pelo corpo

inteiro de minha alma marcas profundas que

forçaram-me deixar de esperar...

Amanhã talvez vá descansar em uma

sarjeta agasalhado por minhas recordações,

observado pelos os que ali passam, sem saber se vão

considerar os meus ocultos sentimentos.

Não sei dizer se terei mais morada, ou se

o céu enfeitado com suas estrelas de agora

em diante será o meu único teto como moradia,

cortesia oferecida como prêmio de meu desafeto...

E assim, quem sabe se não foi por minha própria

culpa que recebi essa dádiva dolorosa, verdadeiro

e ultrajante insulto de quem hoje contempla do cimo

situacional, todo o meu melodrama emocional...

Wil
Enviado por Wil em 23/11/2011
Código do texto: T3352507