Branco

Branco.

As paredes estão pintadas.

Não há retratos.

Não há lembranças.

É como estar largado no sofá

Observando linhas tortas no teto

E descobrir que não são linhas

São as suas histórias

Que não eram pra recordar.

E tudo está lá

Simples e terrível

Como uma prova de fim de ano.

E seus olhos estão cansados

Há um peso no seu coração

ferido e encharcado

E o pobre pássaro em seu peito

Morreu entoxicado com a fumaça

De beijos ardentes que ficaram

Só na mente e se tornaram

Amargos cigarros.

E você está sentindo

Esse calor de verão

Infernal

E não sabe como uma

palavra tão bonita

pode significar algo tão feio

Tão cruel de se acreditar:

Amor.

Você se quer sabia o que era o amor

Até que um garotinho partiu seu coração.

E então você sentiu dor e chorou

O homem veio do animal.

Mesmo que ainda fuce as latas

Procure nos restos

Das meninas fracas,

Das iguarias fáceis

Das meninas doces

O pedaço que o cão levou de ti

Jamais o encontrará.

Não mate o pássaro azul

Se nada houver amanhã

Pelo menos não haverá arrependimentos.

Estava cansada de vê-lo todo dia

Esperava por um milagre

Até que enxerguei os teus olhos doces

E percebi que o milagre estava ali o tempo todo.

Olhe teu rosto.

E tente enxergar a si.

Um poeta.

Um amante.

Uma chama

Que trouxe a luz de muitos versos

Neste coração que aqui escreve

E aqui descreve na ponta do pés.

Eu quero entrar em teu peito

E ser a tua alegria

A tua fantasia

O teu trago de chocolate.

Eu quero que você me mate

Com essa escuridão quente

Que são teus olhos

Que são teus lábios

Que são teus versos.

Quando eu voltar para você quero

Correr mais rápido

Que um grito

E mais que um amante

E mais que um amigo

Você será o melhor dos dois.

Até dos dois.

E eu ainda te dou poesia. Ainda. Ainda. Ainda.

Agradecendo aos Senhores Silverio B. e London por me deixarem fazer uso de seus melhores versos. Muito grata.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 23/11/2011
Código do texto: T3352153