Fim...

Quando um não consegue mais ler os versos invisíveis
Que escreve a Alma do outro em linha reta... No ar
Todas as noites quando o vai visitar
É porque não eram inseparáveis, indivisíveis
E aquilo não era Amor. Pertencia aos perecíveis...
Se o que um sente por outro, este já não pode sentir
E nem consegue mais ouvir aquele, mudo, a cantar
É porque que a sua matéria tem mania de mentir
E aquela pobre Alma nunca soube o que é amar.

O Amor é um barco com asas e por isto é elevante.
Quando o mar anda revolto e a gente sente o presságio
De que um anda “tonteando” e se aproxima o naufrágio
(Por isto tem dois timões: um para cada navegante)
O outro assume os corações e se torna o comandante
Que, em silêncio, com paciência e carinho leva a nau em segurança
Sem desviar do caminho e sem perder a esperança
Pois, passada a tempestade, a vida tem novo ato
E aquele que é mais “sensato”, tira o outro para a dança
Que o barco nunca se cansa e quem salta dele é rato.

Dá um abraço libertante e um beijo de luz na boca
Porque o Amor é uma nave muito louca
Que só conhece a razão
Quando um torpedo de desilusão
Fura o casco da matéria e atinge a Alma
Que chamam de coração.
Morre a paz e a calma...
A flecha do cupido se desenterra
E começa a Santa Guerra
Contra a diabólica Solidão...
Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 22/11/2011
Reeditado em 17/12/2011
Código do texto: T3350911
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