Da cor do mar

São teus olhos e neles têm esperanças...

Na lembrança matiz, do céu azul anil.

Brilho que nunca se viu.

São azuis teus olhos, azuis da cor do mar,

Às vezes me vem à lembrança;

Uns olhos do tipo cristal, que se vê clarividente;

Pobre de mim! Esses teus olhos são doces sentenças.

São parecidos com o céu, iguais as flores dum jardim,

Têm brilho mais claro e mais intenso.

Revela vida, amor, paixão e ternura.

Mas, pobre de mim!Já nem sei se é paixão ou loucura...

São azuis da cor do céu, não demonstram qualquer ardor,

Tão naturalmente se conflagram, tão carinhosamente amor...

Chama e fulgor da alma; mas, pobre de mim!

Já nem sei se é aflição ou dor...

São azuis, azuis teus olhos, e pode até mesmo flamejar;

São de um azul tão claro, mas azuis da cor do céu,

Azuis da cor do mar, mas, pobre de mim!

Já nem sei se devo me acalmar...

Como deverá sê-los numa transparência

Em teus olhos consegui ver exposição do espírito,

Em calmaria as ondas, os céus também cogitam...

Mas, pobre de mim! Já nem sei se falo ou grito...

Digam-me, ó companheiros meus, caso por mim perguntem,

Que vivo da recordação de uns olhos de esperanças mil,

De uns olhos azuis anil! Pobre de mim! Já nem sei se são dez ou mil

Diga-me, feliz trovador que fingiu-se de amor morto!

Por conhecer aqueles olhos azuis, azuis da cor do mar,

Eram azuis de esperanças mil, que amor dispensavam!

Sem um tico amar! Digam, companheiros meus,

Pobre de mim! Não sofrerei nesta vida se os puder amar.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 03/01/2007
Reeditado em 03/01/2007
Código do texto: T334973
Classificação de conteúdo: seguro