meu veneno bom!

meu veneno bom!

você nem foi assim tão mal

veneno que por mi eu repetia

veneno que para os deuses eu morreria!

em um dia de sol

eu acordei e cheguei até a minha noite

e naquele fim de tarde eu sequer sabia que seria abençoado

doce voz ao telefone

doce mulher que me suga a memória

em 2060 ou 2004

sempre em mim

sempre na gente

velhos ou novos

amor que não se corrompe mas que você trata de esconder

porque já está em braços de outros

e apenas eu sobro

e apenas eu choro

e você se contém

e você estremece

ante a ameaça extrema de comigo se encontrar sem querer por ai

você me faz pensar no mal

você me faz temer a vida

você me fez temer ficar só

mas eu sempre te amei

desde a primeira vez

desde as tuas pernas e quadris inocentes

desde o teu mórbido sorriso bruxólico

desde a tua desnuda carne que jamais vi

e para sempre assim

te carregarei para meu túmulo.

Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 03/01/2007
Código do texto: T334944