A CARNE DE BIZET...

Trago teu rosto

Sinto teu gosto

Tem mosto suave

Doce como as manhãs perfumadas da primavera

Em que se renovam as esperanças

Teu olhar tão profundo

Como se visse um brinquedo

Nos olhos de uma criança

Faz tempo que não te vejo

Mais sempre és e serás bela

Como as penas coloridas de um pavão

Quando arrancadas ficam

Escapando pelas mãos

Nasceram para desfilar

Na aurora do desejo

São uns versos repletos de beijo

Um cortejo da fadas

Que arrancam suspiros pelas

Estradas encantadas da vida

E olha que hoje está tão longe

Em relação aos dias idos

Que passam despercebidos

Num pestanejar como o brilho

Deste teu intenso olhos verde mar

Onde a forte ventania sacoleja

O farfalhar dos loucos coqueirais

Que dançam alucinados como se os pássaros canoros

Cantassem a ópera clássica Carmen de Georges Bizet

Atormentados pela paixão e pela loucura abismal

Assim como o instante da consciência não tem fosso

O amante no final mata aquela mulher

Desprovida de qualquer moral e isenta de remorso

Enfeitiçava loucamente os homens os levando à perdição

E ele então assim como é incerto

O destino dos homens que não tem predileção

Seu amante a mata a punhaladas... Vinga sua ira com o punhal

Eis o trágico final

Ide! Os loucos em sua exaltação

Assim é o coração sem porto sem parada

De tantas “Carmens” espalhadas

Cuja linha do destino é a fria imensidão...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 22/11/2011
Código do texto: T3349265
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