A CARNE DE BIZET...
Trago teu rosto
Sinto teu gosto
Tem mosto suave
Doce como as manhãs perfumadas da primavera
Em que se renovam as esperanças
Teu olhar tão profundo
Como se visse um brinquedo
Nos olhos de uma criança
Faz tempo que não te vejo
Mais sempre és e serás bela
Como as penas coloridas de um pavão
Quando arrancadas ficam
Escapando pelas mãos
Nasceram para desfilar
Na aurora do desejo
São uns versos repletos de beijo
Um cortejo da fadas
Que arrancam suspiros pelas
Estradas encantadas da vida
E olha que hoje está tão longe
Em relação aos dias idos
Que passam despercebidos
Num pestanejar como o brilho
Deste teu intenso olhos verde mar
Onde a forte ventania sacoleja
O farfalhar dos loucos coqueirais
Que dançam alucinados como se os pássaros canoros
Cantassem a ópera clássica Carmen de Georges Bizet
Atormentados pela paixão e pela loucura abismal
Assim como o instante da consciência não tem fosso
O amante no final mata aquela mulher
Desprovida de qualquer moral e isenta de remorso
Enfeitiçava loucamente os homens os levando à perdição
E ele então assim como é incerto
O destino dos homens que não tem predileção
Seu amante a mata a punhaladas... Vinga sua ira com o punhal
Eis o trágico final
Ide! Os loucos em sua exaltação
Assim é o coração sem porto sem parada
De tantas “Carmens” espalhadas
Cuja linha do destino é a fria imensidão...