A NUDEZ DE UM DESABAFO

Sinto-me tão só

Vazio, sem chão, incompleto, sem nexo e mordaz

A solidão mais uma vez incrustou-se em mim;

Porém, dessa vez minha pusilanimidade não se renderá a sua caricaturesca imagem;

Não me fará sua marionete frente aos seus vislumbres fictícios,

E em nada te serei complacente;

Pois o silêncio que acomete os meus lábios,

Tem sido o meu algoz...

Meus pensamentos têm sido tão loucos e insanos,

Muito néscio regatear...

Meu corpo sente algo incomensurável e indefinível,

Ao deparar-me com seu encanto exímio,

Um anjo belo, encantador,

Que surgiu das cinzas, tão repentino,

Enquanto sua mordacidade era destilada sobre o meu ser...

Quando tudo parecia-me obscuro, sem rumo, sem nenhum fluxo ou sentido;

Eis que tu surges e meus sonhos tornam-se mais brandos e intensos;

Um complexo paradoxo surgiu das cinzas dentro de mim

E me deixastes aficionado;

Infestou-me por um sentimento que tampouco conhecia com tamanha intensidade;

De inigualável desejo e de contundente pureza

O que fizestes?

Ignaro teceste em mim, em sua plenitude,

Um amor sincero, que por sua vez, minucioso descurou,

Dando lugar a um vazio infinito e a um rancor que por vezes,

Preferi arrancar do meu peito

Perante a hipocrisia de tua existência e Maledicentes desejos....

Quando pensei que as pessoas estavam falidas emocionalmente,

Que elas estavam vazias de sentimentos,

Então, eis que surge você,

Em meio a nada e rompe as barreiras que construí,

Contra pessoas fúteis e negligentes no amor,

Surgistes tão repentinamente,

Como algo aparentemente tão bom,

Com uma face angelical a acalantar-me com sua doçura,

Suas brandas palavras, sua bonança presença,

Me fizeste flutuar, mesmo que depois arrancaria sem dó as minhas asas

Suas juras de amor me encheu os olhos e engrandeceu minha alma;

Fez ressurgir a esperança de passar a acreditar no amor e na felicidade;

No entanto, essa “inlucidez” pautou-se em me fazer sofrer e mais uma vez enganei-me quanto ao amor...

Oh vida, porque tu és mercenária, impiedosa;

És altiva, voraz, intrépida, macabra;

Joga e brinca com suas marionetes,

Invade sem importa-se com os sentimentos alheios,

As quais as pessoas são submetidas,

Muda sem sutileza os caminhos antes traçados por nós.....

Meu céu tornou-se mais estrelado,

A lua não economiza em brilho,

Radiante o sol exuberante dá provas de sua beleza,

O vento sopra lentamente;

Mais parece a sua mão que vem tocar-me, acariciar-me,

Nas suas delicadas mãos perco-me em desejos e na pureza dos seus encantos;

Um cheiro doce me tomas e induz-me a querer sempre mais...

Vicia-me feito droga;

Mas o destino como sempre,

Veio mais uma vez tirar-me do meu porto seguro,

E Minuciosamente, sem dizer nada tirou-o de mim;

Saístes do meu caminho, ficando apenas as boas lembranças,

A saudade...

Saudade essa, indulgente e supérflua, que faz-me perder a sanidade;

Ao lembrar a sensação de sentir os teus lábios,

Fazer-me sentir o gosto do teu beijo,

Querer tocar-te e sentir a tua pele macia no meu corpo ardente,

Que me acomete em chamas e desejos insanos e de tamanha temeridade;

Lembro-me do teu lindo rosto,

Como algo fixo dentro de minha cabeça,

Por mais que eu tente apagar dos pensamentos a tua imagem,

Ela adentrou-se em mim irremediavelmente,

Ao querer apagar o teu rosto da minha mente

Conjuntura mais um motivo para pensar em ti,

Para lembrar da tua face,

E Desestruturar o meu ser,

Ao quebrar os pilares que ergui contra a tua insensibilidade amorosa,

A sua incompreensão, a sua total falta de amor,

Ao seu orgulho e egoísmo desmedidos,

E a sua ausente capacidade de amar verdadeiramente...

Hoje sinto-me libertado, sanado por suas inquietações e desenganos

Suas promessas antes ambiciosas e hoje decreptas

Não passam unicamente de um passado que aboli do meu enredo

Do meu contexto...

Tive tanto a te oferecer e você no entanto, brincou e usou-me friamente

Enfracacendo-me os bons sentimentos e fortalecendo os maus;

Porém, nunca te desejei mal algum

Mas tenho certeza que a vida se encarregará e cobrar os seus feitos

E Me deixará de alma lavada, porém triste, porque sei que ainda sou ligado a ti....

Contanto a seu desprendimento é uma questão de tempo, depois de sucessivas desilusões que me fizeste passar,

Portanto, Amor insigne, malquisto

Tu me abalastes por alguns momentos

No entanto, me ergui e estou forte novamente e de cabeça erguida

E não conseguistes destruir algo que possuo de tão valioso

Que nem a sua elevada intrepidez o Dizimará

“O meu amor –Próprio”

Minha voracidade de amar não será irrompida

Por um simples tropeço ao qual quisestes me amordaçar

Nem os teus afagos falsos

Nem as lamúrias, as quais tive que passar

Não conseguiram destruir ou apagar a minha capacidade de voltar a amar de novo

Pois, ao contrário de ti, não sou vazio e oco de sentimentos

Portanto, a esperança permanece em mim, e não importa o quanto eu tenha que sofrer ainda

Só sei que tenho a certeza de que todas as vezes que chorei

Foi porque amei demais...

E ainda que não pareça não me arrependo de ter amado demais e tampouco

De ter sofrido

Pois, na imensidão dos meus sentimentos a pureza do amor prevalece

Enquanto o castigo dos seus arrependimentos espetam e estraçalham a sua mente inerte, profana e descrente do que verdadeiramente nos faz bem... Que é amar e ser amado por alguém;

Desde já opúsculo, deixo aqui nessas poucas palavras o desabafo de um cordial e Ex-apaixonado e hoje parasitado por uma solidão infinita, que por sua vez, fez-me endurecer e ver que por pessoas como você não vale apena sofrer....

E serás prova viva do meu vencer e consequentemente do teu perecer no quesito amor, pois fracassos são para a maioria, porém fortaleza são para os que persistem e não se deixam cair por pessoas como você....

Desilusões amorosas estamos a mercê... no entanto, ao amor verdadeiro não estou imune e tampouco irei me desprender......

É com grande Nostalgia que felicito e agradeço ao desengano, sem ti não seria o que sou hoje, forte e implacável, incomensuravelmente norteado por um sentimento que persisto em desfrutar e não massacrar...

Obrigado!