Pacientemente!?
O que resta a mim, meu amado
Nestes dias vazios e ermos
Senão pacientemente esperar
Por um minuto ao seu lado?
O que resta à minha vida
Senão espera-lo silenciosamente
E tragar minha saudade
Como uma amarga bebida?
Será resultado desse amor,
Tão louco e profano,
Que como eterno castigo
No corpo devo levar este amargor?
Será, talvez, grave doença
Que junto ao meu sangue
Corre em minhas veias
Causando em meu corpo tamanho torpor?
Falta de temor ou crença
Meu Deus, o que será tudo isso?
Resultado de fraqueza ou feitiço
Livrai-me dessa melancolia, Senhor!
Tal uma criança perdida
Sigo vagando entristecida
À noite, sem rumo, entregue
Bradando aos deuses uma prece:
“Ventos, estrelas e luar:
Sem demora, que meu ar se esvai,
Para viver, de seus beijos preciso,
Digam-no que para mim regresse!”
O que fazer já não sei,
A quem devo rogar?
O que resta a mim, meu amado
Senão pacientemente esperar!?
(em 2000 – para o pai do meu filho)