Pacientemente!?

O que resta a mim, meu amado

Nestes dias vazios e ermos

Senão pacientemente esperar

Por um minuto ao seu lado?

O que resta à minha vida

Senão espera-lo silenciosamente

E tragar minha saudade

Como uma amarga bebida?

Será resultado desse amor,

Tão louco e profano,

Que como eterno castigo

No corpo devo levar este amargor?

Será, talvez, grave doença

Que junto ao meu sangue

Corre em minhas veias

Causando em meu corpo tamanho torpor?

Falta de temor ou crença

Meu Deus, o que será tudo isso?

Resultado de fraqueza ou feitiço

Livrai-me dessa melancolia, Senhor!

Tal uma criança perdida

Sigo vagando entristecida

À noite, sem rumo, entregue

Bradando aos deuses uma prece:

“Ventos, estrelas e luar:

Sem demora, que meu ar se esvai,

Para viver, de seus beijos preciso,

Digam-no que para mim regresse!”

O que fazer já não sei,

A quem devo rogar?

O que resta a mim, meu amado

Senão pacientemente esperar!?

(em 2000 – para o pai do meu filho)

Lisandra Pingo (Lilly Pingo)
Enviado por Lisandra Pingo (Lilly Pingo) em 19/11/2011
Código do texto: T3345431
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