COMO ERA DE COSTUME
Era só o silêncio daquela madrugada que me envolvia,
Minha cama estava espaçosa, estava fria.
Olhei para o lado e não vi teu corpo como de costume,
Com as luzes ainda apagadas pude ver um vaga-lume
Que entrou pela janela aberta meio que fagueiro
Vagou pelo meu quarto, quis ser meu companheiro
Mas, eu não estava com vontade de nada
Queria ficar em silêncio durante toda a madrugada.
Não queria conversar sobre nada com nenhum amigo.
Só pensava em você e como queria estar contigo.
Olhei para meu teto e percebi que ali haviam várias lembranças suas,
A casa inteira estava repleta de você, inpregnada na parede
Levantei, fui na cozinha, abri a geladeira, estava com sede.
Andei os passos que você andaria se ainda estive comigo
Sentei na mesa, olhei para o nada, bebi a água de um tempo antigo.
Meus olhos olharam para o nada que ficou
Percebi que não tinha nada em mim, só o que você deixou.
Com o copo na mão, ainda cheio d'água
Resolvi então beber minha angústia e deixar de lado a minha mágoa.
Voltei para o quarto vazio seguindo os mesmos passos
Deitei novamente em minha cama e pensei nos teus abraços
A única coisa que poderia aquecer aquela noite fria.
Foi em vão, sofri por horas de solidão e de agonia.
Vi o dia amanhancer e nem vi mais o tal vaga-lume
O Sol nasceu e não vi você do meu lado como era de costume.