BOLO DE LÊTRAS

Se quiseres muita luz escureça e verás a estrela cintilante e cadente

Se a queres pouca risque um palito de fósforo e me tens rastejante

A luz que me desejas é a mesma que te dou de volta...

E vem a impiedosa rosa e sob este jardim desmaia

E vem o pirilampo saltimbanco oferecer sua luz

E a rosa toda prosa sem amor se debandava sem o seu amado cravo

Tentava sumir pelo jardim

E o jasmim lhe emudecera a fazer crescer

Qual lua de folhetim!

Mesmo assim veio a fada pirlimpimpim

Olhou a rosa e via que ela chorava pétalas de solidão

Que sumiam nas horas infinitas

Com tecidos de fitas se levantava em colorido cetim

E amava a esperança

De ter em suas ancas

As andanças que o vento bonança lhe trazia

E via seu amado voando como penas da ave da cotovia

Já não tinha chão, mas lhe acendia o vão

Sua raiz estava fragilizada como brasa de carvão

Por que o amor daquela estrada lhe consumia!

E viu então sair do carro um beligerante homem

Com chapéu de palha e mocassim lustrado

Trazia em sua mão um vaso de barro

Dentro dela um lindo cravo

Da qual se apaixonou

E o cravo todo contente

Nada via a sua frente

Senão o dono que o adubara sua esperança

Caíra de suas mãos de pelica então

O vaso que se espatifara no chão

Ele seu dono com o olhar de um orguhoso sultão

Dissera que outro vaso haveria de comprar...

Mandou seu motorista voltar pra floricultura de antão...

Então o cravo encontrara-se pelo chão do destino

Sua rosa cheirosa e foram felizes para sempre

Tiveram outros botões que se abriram para a vida e para a rima

E colocaram seus nomes de rosas-meninas

A poesia é um eterno bolo jamais bolorento

Jamais se para de comemorar o seu ani-VERSÁRIO

Comemoras comigo?

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 19/11/2011
Código do texto: T3344142
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