ESTRELA D'ALVA

No céu vejo uma estrela tão distante

Pegá-la não posso

Regá-la tão pouco

O que poderia fazer

Um pedido talvez

Quem sabe ela risque o infinito

E me traga meu bem

Balançarei o universo

Com meu verso

Como ovo mexido

Até ela se mexer

Em berço esplêndido

E sob a força da gravidade

Quem sabe bem rente

Ela vire uma estrela cadente!

Olhe! Ela está riscando o céu...

Desenhando fico aqui pensando

Em desenhá-la num pedacinho de papel

Quem sabe seja mais fácil

Fazer um barquinho de papel

Com um bilhete e colocar

Pelo ralo da vala...

Quem sabe ela resvala em mim

Dançando na chuva como uma criança

E pisa com seus pezinhos de ancora

E subo pelo pedacinho de sua proa

Até o coração que agora voa

Espalhando os polens de suas asas

Que caem na lagoa...

Formando lágrimas de vitórias régias

A estrela cadente me trouxe de volta

E na esquina me encontrei com ela

E fomos para um barzinho chamado

Estrela D’alva calibrar nossas almas...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 19/11/2011
Código do texto: T3344044
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