ESTRELA D'ALVA
No céu vejo uma estrela tão distante
Pegá-la não posso
Regá-la tão pouco
O que poderia fazer
Um pedido talvez
Quem sabe ela risque o infinito
E me traga meu bem
Balançarei o universo
Com meu verso
Como ovo mexido
Até ela se mexer
Em berço esplêndido
E sob a força da gravidade
Quem sabe bem rente
Ela vire uma estrela cadente!
Olhe! Ela está riscando o céu...
Desenhando fico aqui pensando
Em desenhá-la num pedacinho de papel
Quem sabe seja mais fácil
Fazer um barquinho de papel
Com um bilhete e colocar
Pelo ralo da vala...
Quem sabe ela resvala em mim
Dançando na chuva como uma criança
E pisa com seus pezinhos de ancora
E subo pelo pedacinho de sua proa
Até o coração que agora voa
Espalhando os polens de suas asas
Que caem na lagoa...
Formando lágrimas de vitórias régias
A estrela cadente me trouxe de volta
E na esquina me encontrei com ela
E fomos para um barzinho chamado
Estrela D’alva calibrar nossas almas...