BRINCADEIRA DE ENCANTO

“BRINCADEIRA DE ENCANTO”

Brincadeira de encanto

Sentimento de espanto,

Todos os medos

Ao descarte dos dedos

O teclado, os relógios;

O tablado, o traçado,

Palhaço, chapeleiro,

O ensinamento, a presença,

E os múltiplos viveiros

Dos que buscam seus pares

Eleito o sol noturno

Para que traga

Cada vez mais,

O seu turno

Em que uso

O arrependimento

De um tempo

Em que a brincadeira

Avançava sem o cerco

De um vôo rápido

Que aplainasse,

No encontro

De seu sorriso diurno

Incauto todo o aprendizado

Idealizado e tomado

Das noites frias

Sem primavera

Em que sentado,

Não admirava o contato

Das flores em repouso

Que não se abriam

Ao perfume das noites

A que agora,

Ouso dizer

Que nos trouxe,

A bela

Tomada de tela

Em que todos

Somos sentinelas

Da princesa,

Em seus contos,

De convívio.

Inviolável todo o encontro

Os aventais por vezes listrados,

Listados em seqüências

Em que a vi

Nos braços de alvos olhares

Tomados em segredo

Crianças, adultos e vultos,

Os cultos em torno,

Dos novatos

Vestidos em prosaicos resumos

Em um mundo

Em que um único súdito

Reina pela doce alegria

De sonhar-se ao seu lado

Não ria, por fim,

Sorria pr’a mim

Diga em sim

E acabe

Com a afobação

Da rústica agonia

Vida e beleza

Em que passo,

A cada noite de realeza

O feitiço da física magia

Em que se desfila,

O enredo.

Abracem-me os sonhos

Abandonem a valentia

De alguém que um dia,

Desistiu de ser moço

Para que não se viva o desgosto

De repor-se sem sua companhia

Desista-se,

De não mais se sorrir

De aceitar cada vez mais,

A partida

Do enviuvar de um sonho

E os muitos

De por serem tão tolos

Declaram de forma evasiva

Para que se digam,

Por medo,

Que não há mais tempo

E porquanto,

É necessário o comedimento

Porque não há mostra

Para que se possa amar-lhes.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 18/11/2011
Código do texto: T3343316
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