RESISTENCIA DO AMOR
Sinto tanto tua falta...
O ar que sopra da noite
É um suspiro que te espera
Tuas ondas são carinhos
Que me fazes na areia de meus novelos
Como sinto teu toque
Penteando de murmúrios
O sereno misérrimo da noite
Sou recinto sou o desejo
Sinto sua aragem beatificando a brisa
Convulsa minha alma murmura em lampejos
Penetrando teus segredos
Que minhas mãos como um lenço esvoaçante
Busca no suor a química de poder absorvê-lo
Sem jamais voltar e devolve-lo
É como se aos poucos sugasse
A parte da carne exposta junto à solitária fronha
Sorvendo pequenas doses do veneno do escorpião
E criasse força suficiente no pequeno espasmo
Na contração irrigada pela picada da dor
Para não se contaminar da peçonha
Guarda-se então para sempre em seu sangue
Para nunca se matar de amor...
Só as doses vão ficando mais intensas
Deixando-nos assim cada vez mais fortes
Para o ritual do espinho e da flor...
(*Todos os textos de minha autoria são inspirados no amor universal e não reflete necessariamente uma experiencia de cunho pessoal)