Rir do desespero

Procuro em tudo o que me acontece

Neste pedaço de tempo

Deste tempo imedível

E de um inexplicável desconhecimento

Pedaços de uma postura de paz.

Olho um objecto no céu

Que se move a uma velocidade estonteante

Fazendo me lembrar

O quanto tenho ainda para conhecer

O quanto tenho ainda para aprender.

Á noite no aconchego do meu leito

Fecho os olhos e parto

Para onde nasce o conhecimento

E de onde nada trago no entendimento

Apenas e só apenas, na alma a marca de mais um dia.

E rio de desespero de não entender

Como alguém possa pensar

Que sabe o que não sabe

E se algum dia chegará a saber.

Para que tanta raiva acumulada

Em cenas de nenhum entendimento

Se nada de nada poderemos saber

Até o sol interior um dia chegar cheio de saber.

Não vou perder tempo com um lamento

Porque cada segundo gasto com o mal

É tempo que não recupero para o bem

Que está a espera na estrada do conhecimento.

E rio de desespero de não entender

Como alguém possa pensar

Que sabe o que não sabe

E se algum dia chegará a saber.