AMOR SEM SINCRONIA
A distância rumina a gente por dentro
É como o vento na pradaria
Assovia e revira a contento
Balança arranca suspiro dos objetos
Quer dizer coisas suspirando dejetos
E nada diz sem nos mostrar
A que veio e por que sai de retro
Seu recado nunca é explícito
Dissimula pisando no chão
Mas colado no teto...
Embala-nos massacra-nos
Deixa vestígios e no fim é pó
Que marcamos com as mãos
Confinados sem confissão
Como se prenunciasse em prece
Que o recado está dado
É assim que acontece
Quando está tudo consumado
A areia escorre a vassoura recolhe
Sentimentos e cacos feitiço e feiticeira
Fazem parte da rotina e do caldeirão da faxineira
E tudo acaba dispensado na lixeira...
É um ruído inquietante
Como pingo de torneira
Batendo por dentro da gente
A saudade matadeira
É uma espécie de cupim
Que vai secando parte da madeira
Deixando os ossos brancos
Carcomidos na caveira...
Que chega plúmbeo
Como uma manhã de segunda feira...
(*Todos os textos de minha autoria são inspirados no amor universal e não reflete necessariamente uma experiencia de cunho pessoal)