AMOR SEM SINCRONIA

A distância rumina a gente por dentro

É como o vento na pradaria

Assovia e revira a contento

Balança arranca suspiro dos objetos

Quer dizer coisas suspirando dejetos

E nada diz sem nos mostrar

A que veio e por que sai de retro

Seu recado nunca é explícito

Dissimula pisando no chão

Mas colado no teto...

Embala-nos massacra-nos

Deixa vestígios e no fim é pó

Que marcamos com as mãos

Confinados sem confissão

Como se prenunciasse em prece

Que o recado está dado

É assim que acontece

Quando está tudo consumado

A areia escorre a vassoura recolhe

Sentimentos e cacos feitiço e feiticeira

Fazem parte da rotina e do caldeirão da faxineira

E tudo acaba dispensado na lixeira...

É um ruído inquietante

Como pingo de torneira

Batendo por dentro da gente

A saudade matadeira

É uma espécie de cupim

Que vai secando parte da madeira

Deixando os ossos brancos

Carcomidos na caveira...

Que chega plúmbeo

Como uma manhã de segunda feira...

(*Todos os textos de minha autoria são inspirados no amor universal e não reflete necessariamente uma experiencia de cunho pessoal)

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 15/11/2011
Código do texto: T3337999
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.