FEROMÔNIOS

Ela, forjada de nuanças insustentáveis

No domínio das paletas – supra-cores –

Ela, urdida em ultra-sons inaudíveis – operetas –

Perceptíveis apenas aos elegantes felinos

Ela, envolta de perfumes fantásticos,

Velados ao tosco olfato dos homens...

Ao contemplá-la, minh’alma tola e sequiosa,

Carregava-se de tal fé ilimitada nela mesma

Que, por conta disso, se causava e existia...

Decerto era n’outra dimensão intangível,

Que algo ou alguém ultranatural farejava

O que neste mundo jamais se emanaria, e repartia

A maravilha sutílima para os domínios da carne

Ao resumir o impercebível olor n’uma só palavra:

- Volúpia (outros diriam tesão)