Poema 0933 - Saudade

Não esqueça as raízes que finquei,

a fidelidade das tantas noites solitárias,

uma emoção ou outra perdida pelo caminho,

o corpo frio, mesmo depois do banho quente,

sem você, não tem calor, não me reconheço.

Os amores devem ter o limite do céu,

as paixões, a velocidade da luz,

os sonhos imersos em lençóis coloridos,

onde corpos puros se desmontam do recato

para viverem seus prazeres nos mais loucos hoje(s).

Amenizo a saudade com uma foto antiga,

aliso sua superfície como se fosse de carne,

deixo espaço em mais um dia e outro... e outro,

ela não vem mais esta noite,

guardo os desejos em um pedaço de papel.

Escrevo mais um bilhete e escondo entre tantos outros

debaixo de uma pedra na beirada da lua,

só eu e ela sabemos os segredos destes loucos sonhos.

Quando as luzes acenderem na manhã de domingo,

voltarei aos meus dias de ontem, até outro encontro.

01/01/2007

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 01/01/2007
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