RESQUÍCIOS
sou o inextinguível f a n t a s m a
das noites
pacatas das minhas mulheres
elas,
safas
com seus novos h o m e n s
eu,
resquício de segredo íntimo,
ínfimo das suas peles
elas,
na vaga e esparsa contradança
encenada na distância pálida
despertada ao hiato de meu hálito...
- sou o som esquálido
d’alguma lembrança -
se há na calma irrefletida
das horas
revividas uma
ou
outra nossa minúcia
são as poças rasas
d’alguma antiga aurora
a lágrima nenhuma
e a bruma
da astúcia...
elas,
a amarem seus novos
homens
eu,
vago espectro,
delével sombra...
(abraço nossas carícias
mortas,
enterradas
de nossos vícios
olvidados
que nunca resolvem)